26 de julho de 2016

Rede Municipal: Proposta de reposição aprovada em Assembleia.



REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE ITABORAÍ
ATENÇÃO!
Na última segunda-feira, 25/07, realizamos a Assembleia Geral dos Profissionais da Educação para discutir nossa proposta de reposição.
Com isso, o SEPE Itaboraí faz as seguintes orientações:
- Que os Profissionais aguardem as negociações com o governo sobre a forma reposição;
- Que os Profissionais denunciem qualquer prática de assédio moral ocasionado por pressões para a reposição.
Lembramos ainda que a nossa proposta será colocada em negociação com o governo.
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Abaixo compartilhamos o documento que foi discutido e aprovado pela categoria:
Quando fazemos a greve interrompemos o calendário letivo oficial. Isso é um incômodo político para o governo, mas é a nossa forma de pressão. É o preço que o governo deve pagar por não investir nas condições adequadas de ensino-aprendizagem que provocaram a greve. É o governo, portanto, o responsável por garantir os dias letivos previstos em lei, não nós.
Quanto aos conteúdos programáticos das disciplinas e as habilidades e competências das áreas do conhecimento do currículo escolar, devem ser replanejados em nosso programa, de modo a garantir aos alunos os conhecimentos e conteúdos básicos que não foram trabalhados no período que a greve que interrompeu os dias letivos. Assim como fazemos quando falta água, luz, merenda, quando há carência de funcionários, obras durante o ano letivo, tiroteio, etc.
Faz parte da prática pedagógica de todo educador. Nesse caso nosso compromisso é com os conteúdos e não prioritariamente com a carga horária, mas se ao replanejar, os professores grevistas e seus alunos, concluírem que necessitam de duas, dez horas ou mais tempo, além do que nos resta deste ano letivo, essa decisão só caberá aos professores grevistas, juntos com alunos.
Estes sim, os alunos, razão de ser do nosso trabalho! Os professores devem preparar seus projetos coletivamente, de forma interdisciplinar: um passeio a um local histórico ou ambiental, uma ida ao teatro, um filme, um seminário temático, etc, podem possibilitar desenvolver muitos conceitos que envolvam todas ou quase todas as disciplinas.
A carga horária a ser utilizada deve estar a serviço dos conteúdos e não o contrário. O modo e o tempo como os professores vão garantir o ensino aos estudantes não é decisão da SEMEC, nem da direção das escolas que muitas vezes, autoritariamente, confeccionam um calendário e o expõem pela escola toda, preocupadas apenas com a carga horária a ser imposta aos grevistas e sua execução quantitativa dos dias letivos e não com a qualidade do trabalho a ser desenvolvido com os alunos. ESTAMOS FALANDO DE CONHECIMENTOS PARA OS ALUNOS E NÃO CARGA HORÁRIA PARA O PROFESSOR CUMPRIR BUROCRATICAMENTE.
Partindo desse pressuposto, os agentes educativos de creche, os agentes de administração escolar, as orientadoras educacionais, as coordenadoras pedagógicas e os funcionários de apoio que fizeram greve, que não estão diretamente ligados ao processo de ensino-aprendizagem dos conteúdos programáticos e ao desenvolvimento das competências e habilidades das áreas do conhecimento do currículo escolar, devem “repor” com a finalidade de dar suporte ao fazer pedagógico dos professores e para darem conta dos trabalhos administrativos e técnicos pedagógicos (de acordo com sua função) acumulados durante o período da greve. É a autonomia pedagógica dos educadores e da escola que
deve prevalecer!
A farsa das “reposições” acontece quando se decide por uma carga de trabalho impossível de ser cumprida, tanto por alunos quanto por professores. Nesse caso, nenhuma formação ou informação será garantida. Não se trata de “pagar” a greve, não devemos nada para ter que pagar. O governo é que nos deve e continuará devendo. Trata-se de garantir conteúdos básicos para que os alunos acumulem menos prejuízos do que já acumularam. Trata-se de programar boas atividades coletivas que entusiasmem os estudantes e que os integrem no planejamento e
execução das mesmas.
Ao governo interessa dizer aos responsáveis que os alunos não serão prejudicados porque os professores “pagarão” todos os dias da greve como determina a Lei. Se os alunos comparecem, se saem mais cedo, se há recursos e estrutura materiais, se há funcionários que garantam a segurança, etc., isso não importa ao governo. Importa enganar o povo com o argumento legal. Além de punir o profissional por ter feito a greve. Por isso, a “reposição” não deve ser reduzida a um calendário burocrático. Podemos condensar os conteúdos, elencando os prioritários e desenvolvendo-os em atividades bem planejadas de modo que os alunos, estimulados, delas participem. Nossa autonomia pedagógica nos permite esse replanejamento.
Nossa greve exige garantia das condições materiais, pedagógicas, salariais e democráticas que garantam a qualidade do processo ensino-aprendizagem! Nós, profissionais da educação e os estudantes, queremos escolas de qualidade. Não aceitamos que existam escolas para os pobres e escolas para os ricos! Esse quadro ainda vai perdurar por um bom tempo em função da crise na qual os últimos governos enfiaram o Estado do Rio de Janeiro.
Sabemos melhor do que ninguém quais as carências que os nossos alunos acumulam antes, durante e após a greve. Replanejar o processo pedagógico, no tempo que nos resta, até o final do ano letivo, é o desafio que enfrentaremos.
Sem falar dos obstáculos que continuaremos a administrar, como: falta de reajuste salarial, sem PCCS, assédio moral, falta de gestão democrática, falta de merenda, falta de funcionários, atraso de pagamento dos terceirizados, falta de segurança nas escolas, salas superlotadas, pressão psicológica das reformas “trabalhistas” que virão, etc.
Essa discussão da reposição foi alvo de grande preocupação durante a greve. É o debate político-pedagógico dos mais necessários e envolventes para os profissionais da educação. Refere-se aos conhecimentos (valores, formação, informação, hábitos, atitudes), as competências e habilidades do currículo escolar, longe de ser meramente “conteudista” a discussão desse tema implica em optar por uma metodologia de trabalho. Pressupõe selecionar temas e não se faz isso descomprometidamente.
A nós, cabe a responsabilidade de prestar contas aos estudantes, aos seus responsáveis e à nossa própria profissão, mas longe da pressão mecânica, burocrática e revanchista que os governos tentam impor sob o falso argumento de se “preocuparem com os prejuízos dos alunos”. Portanto, decidir que ações, recursos, projetos lançaremos mão que nos permitam melhor desenvolver os conhecimentos com nossos alunos é nossa tarefa política
para o momento!
EM RESUMO, NOSSA PROPOSTA É REPOSIÇÃO DOS CONTEÚDOS BÁSICOS, PLANEJADOS COLETIVA E INTERDISCIPLINARMENTE E DESENVOLVIDOS ATRAVÉS DE ATIVIDADES QUE GARANTAM EFETIVAMENTE O ENVOLVIMENTO DOS ESTUDANTES. E QUE SEJA VOTADO UMA COMISSÃO PARA ACOMPANHAR A NEGOCIAÇÃO COM A SEMEC E DE ORIENTAÇÃO A CATEGORIA SOB O TEMA.
**Proposta de reposição de aulas feita pelo comando de greve da rede Municipal em Itaboraí, com base na proposta feita por Florinda Lombardi, SEPE-DC, Maria José de Carvalho, SEPE-B.Roxo e Prof° Jefeson Eduardo Romano, Ciep Claudio Coutinho B.Roxo a greve do estado em março de 2016.


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