4 de novembro de 2021

MILITARIZAÇÃO DAS ESCOLAS PÚBLICAS AQUI NÃO!!!

 

População de Itaboraí 

O núcleo do Sepe Itaboraí recebeu a notícia de que no dia 12 de novembro, a partir das 14h, haverá uma audiência pública sobre a implementação de uma escola cívico-militar em Itaboraí! 

Tornar uma escola pública em uma escola militar não é a solução! As escolas militares fazem reservas de vagas para estudantes filhos de policiais militares; são cobradas taxas para os uniformes e manutenção dos colégios; apesar de apresentadas como voluntárias, essas taxas são impostas obrigatoriamente aos responsáveis de estudantes de maneira velada.

A militarização das escolas também inclui todo um processo de pré-seleção dos estudantes que têm as condições necessárias para estar nessas escolas.

A militarização de escolas públicas é uma performance. A ideia é transmitir a mensagem de que, através da força e da “disciplina”, é possível resolver o “problema” da educação.

Nesse processo, a preocupação parece muito mais com controle e regulação.

No fim, nada disso tem a ver com as necessidades de estudantes e professores, mas sim em naturalizar o militarismo como “a solução” para toda e qualquer questão social.

O padrão que se quer impor através das escolas militares não é só administrativo ou pedagógico. Como ficam os estudantes que não se adequam ao padrão estético e comportamental que a militarização procura impor? Estudantes negros estão realmente ganhando tanto assim tendo que cortar ou alisar seus cabelos para se adequarem aos uniformes militares? Estudantes LGBT terão seus direitos plenamente garantidos estudando nesse tipo de ambiente? Estamos falando aqui de escolas públicas. Não são os estudantes que deveriam se adequar a elas, mas o contrário.

No atual estágio, a militarização de escolas públicas tem um objetivo restrito: criar escolas públicas elitizadas e vender o militarismo como “a solução” para a educação brasileira.

A lógica da militarização parte do pressuposto de que a educação pública é um problema que necessita de uma solução e essa solução passa pela via da violência (disciplina e ordem são só eufemismos usados para tornar essa lógica mais palatável).

A própria ideia de transformar a PM em protagonista desse processo já deixa bem claro que nada disso se trata de combater a violência, mas sim trocar os agentes que têm a permissão de praticar a violência, só que dessa vez com aval do Estado.

Por esses e tantos outros motivos somos contra a implementação das escolas cívico militares em Itaboraí!

Convocamos toda a população para participarem do ato no dia da audiência pública, a partir das 14h. 


Escolas militares aqui não!

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