24 de maio de 2017

Relatoria da Audiência com a Secretaria Municipal de Educação – 23.05.17


A reunião realizou-se às 10h na Semec para tratar sobre a pauta de reivindicação da Data-Base, contou com a presença do secretário de educação Marcos Dias, mais 4 subsecretários e dois representantes do Sindicato dos Profissionais da Educação (SEPE). Tal audiência ocorreu sem a presença das outras secretarias, o que resultou em praticamente nenhum avanço quanto ao ponto de pauta sobre as questões salariais (fato que foi ressaltado pelo SEPE no princípio da reunião).

1.       Aumento real para todas as funções:
O SEPE argumentou que este é o terceiro ano que a prefeitura não cumpre a lei da data-base, expôs nossas perdas salarias, que já chegam a mais de 43%, e que a prefeitura deveria apresentar um plano de recomposição salarial. Reapresentamos o estudo do DIEESE referente a essas perdas, o secretário percebeu a necessidade de tal reajuste, mas que, porém, até a presente data nenhum dos outros setores do governo e nem mesmo o prefeito abordaram esse assunto, ou se abordaram, ele não teve ciência.
O SEPE pontuou que, devido a anistia do governo federal às dívidas do município, o orçamento da prefeitura estaria aliviado e que, portanto, poderia ser realizado um reajuste nos salários dos profissionais da educação. O secretário argumentou dizendo que as dívidas são pequenas, remontam ao tempo do prefeito Milton Rodrigues, e que sobre as mesmas estariam correndo processos judiciais.

2.       Calendário anual de pagamentos (para ativos e aposentados) até o dia 05:
Marcos Dias disse que não era incumbência do secretário de educação realizar tal calendário, porém, argumentou que não seria difícil para o prefeito, já que o mesmo está realizando o pagamento dos servidores públicos antes do quinto dia útil.
Nesse ponto, ainda discutimos a situação dos terceirizados. O secretário afirmou que as cooperativas (CONFAZ, MEDICAL e FORÇA UNIÃO) já realizaram os pagamentos referentes a dois meses, restando apenas mais dois (referentes aos meses de novembro e dezembro) e que, caso  o funcionário ainda não tenha recebido nenhum desses salários, terá de encaminhar o nome para a direção da escola, para posteriormente ser entregue à SEMEC.
A SEMEC afirma que a demora no pagamento se dá devido à demora das cooperativas em apresentarem a folha de pagamento, pois o dinheiro só é repassado após a apresentação das mesma à SEMEC.
O SEPE afirmou que uma das brigas deste sindicato é a luta pela transparência dos gastos do governo, o que facilitaria nosso entendimento dos mesmos. O secretário argumentou que está verificando com a UNDIME a criação de uma plataforma na qual haveria todas as informações sobre os gastos da secretaria de educação, assim como outras informações pertinentes ao controle administrativo dessa área.
Desviando-se do assunto, o secretário de educação afirmou que em julho haverá uma chamada pública para a escolha dos conselheiros do fundeb, e que haverá reuniões para os cargos de cada segmento que compõe o conselho. 

3.       Devolução do desconto do imposto sindical:
O SEPE apontou a necessidade da devolução do desconto compulsório referente ao imposto sindical, que vai para o SISMIT (sindicato fantasma), realizado todos os anos no mês de março, e afirmou que há uma ação judicial contra esses descontos e que diversos municípios e o Estado conseguiram reverte-lo. O secretário afirmou que consultará a secretaria de administração para saber se os valores foram encaminhados para tal sindicato, caso contrário, irá devolver esse dinheiro (apenas referente ao ano de 2017).

4.       Imediato pagamento dos descontos dos dias de greve em 2017:
O governo continuou afirmando que irá realizar a devolução dos descontos apenas após a reposição das aulas dos dias de greve. O SEPE apresentou a proposta de reposição elaborada pela categoria no ano passado, que versa sobre o replanejamento das aulas. O secretário disse que tal proposta será avaliada e discutida na próxima audiência. Afirmamos a necessidade da reposição levar em conta as condições das escolas e as possibilidades dos profissionais.
Com relação à Infraestrutura das escolas, o secretário afirmou que há 22 unidades cujas obras não se efetivaram no governo anterior, e que a empresa responsável desapareceu sem realiza-las, sendo impossível fazer as reformas nessas escolas, porque tal questão se encontra no ministério público, uma das escolas citadas foi a E.M. Pedro Alves Araújo, que se encontra em condições insalubres. Contudo, a parte elétrica, que não estava prevista na tal reforma, será realizada, e desse modo, duas salas poderão ser reativadas e as turmas realocadas.
Recebemos denúncias que os profissionais mediadores estariam sendo desviados de função e assumindo turmas, o secretário afirmou que caso o profissional regente da turma faltasse, e o aluno com necessidades especiais atendido por este profissional se encontrasse ausente, a direção da escola poderia solicitar a este profissional que assumisse a turma, porém, não se constituindo uma obrigação.             
O SEPE cobrou o calendário de reunião da comissão responsável por elaborar o novo PCCS, o que a SEMEC retrucou afirmando que não era incumbência dela e sim do MEC, que resolveu protelar o calendário devido os atrasos das prefeituras em encaminhar os nomes que farão parte dessa comissão. Segundo a SEMEC, o MEC afirmou que ainda no mês de maio ocorreria a primeira reunião, porém, até o momento, nenhuma data foi marcada. A SEMEC decidiu suspender o GT sobre o PCCS até que seja realizada a reunião com o MEC.

Concluindo, não podemos deixar de relatar que, em um determinado momento da audiência, um dos subsecretários comentou a baixa presença de profissionais nas manifestações em frente à prefeitura ou semec, fato que, segundo ele,  "não adianta muita coisa". Isso deixa ainda mais claro que precisamos da adesão da categoria nas atividades deliberadas em assembleia. Como já sabemos, temos enfrentado vários ataques, além da perspectiva do aprofundamento destes, sendo assim, é nosso papel como educadores lutar contra essa situação. Para isso, precisamos da mobilização de todos, pois, o SEPE SOMOS NÓS, NOSSA FORÇA, NOSSA VOZ!

Saudações sindicais
SEPE-Itaboraí


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