9 de dezembro de 2010

MANIFESTO EM DEFESA DA EDUCAÇÃO PÚBLICA NO RIO DE JANEIRO

LIDO EM ATO PÚBLICO NA CINELÂNDIA NA PARALISAÇÃO CONJUNTA DAS REDES
ESTADUAL E MUNICIPAL DO RIO NO DIA 16/09/2010

Não é mais possível esperar ou ficar parado. Os índices do IDEB ou do ENEM apenas
revelaram aquilo que os profissionais da educação e o conjunto da sociedade civil no Rio de
Janeiro já sabem há tempos: os sucessivos governos que passaram pelo nosso estado e
pelos diversos municípios fluminenses nas duas últimas décadas destruíram as condições
para o exercício de uma educação pública de qualidade.
Perdas salariais, falta de professores, salas superlotadas, grade curricular rebaixada,
aplicação mínima de recursos em educação, absoluta falta de funcionários administrativos,
superfaturamento de equipamentos, precarização do trabalho nas creches e na educação
infantil, direções de escola indicadas por políticos ligados ao governo. O verdadeiro “rosário”
de mazelas vivido pelas escolas públicas parece não ter fim. Apesar disso, professores e
funcionários mantém as escolas funcionando e realizam o seu trabalho com o que resta de
dignidade a uma categoria cada vez mais desmoralizada e desmotivada.
Temos testemunhado nos últimos anos o desmonte dos serviços públicos e a utilização
das escolas, hospitais, etc como lavagem de dinheiro através de contratos milionários com
empresas terceirizadas. É o caso do recente aluguel dos ar-condicionados, da compra de
computadores, das obras de climatização. Tais “investimentos” não foram capazes de trazer
dignidade aos profissionais e alunos, o que fica comprovado com o penúltimo lugar do IDEB
e a saída de cerca de 20 professores por dia da rede estadual (por causa dos baixos salários).
O segundo estado da federação é o que menos reverte os impostos pagos em serviços
públicos para a população (segundo estudo do DIEESE). No município do Rio de Janeiro a
ameaça de uma nova reforma da previdência anuncia a retirada de mais direitos dos trabalhadores
e o aprofundamento do sucateamento dos serviços públicos. Ainda na rede da capital,
a aplicação de uma política de gratificações produtivistas (14º salário) que na verdade
retira direitos conquistados historicamente é a prova de que os projetos de educação dos
atuais governos ainda podem piorar a situação.
A propaganda oficial mascara a situação real. Tentam nos vender a imagem de um serviço
público eficaz através da privatização. No entanto a vida real é bem diferente. As promessas
de campanha são oportunamente esquecidas e outras são reinventadas.
Não podemos nos calar diante de tal sordidez. A realidade virtual propagandeada nos
desafia. Precisamos que o povo organizado através de sindicatos, associações, universidades,
movimentos sociais construa, defenda e lute por um projeto de educação pública de
qualidade, laica e socialmente referenciada. Um projeto que resgate os princípios da educação
integral, da gestão democrática, da valorização de professores e funcionários, do investimento
público em educação pública e tantos outros elementos que fizeram e fazem parte
dos nossos sonhos e reivindicações.
MANIFESTO EM DEFESA DA EDUCAÇÃO
PÚBLICA NO RIO DE JANEIRO
LIDO EM ATO PÚBLICO NA CINELÂNDIA NA PARALISAÇÃO CONJUNTA DAS REDES
ESTADUAL E MUNICIPAL DO RIO NO DIA 16/09/2010
(continua)

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